quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Presídio Regional de Blumenau passará por obras em janeiro


Acesso aos pátios serão ampliados
O Presídio Regional de Blumenau passará por obras neste mês. As galerias do regime fechado vão receber readequações para ampliar o acesso dos detentos aos pátios de sol e convivência. De acordo com o diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Soares Lima, os canudos, como são conhecidos os corredores que ligam as celas aos pátios de cada galeria, serão modificados para atender à reinvindicação das famílias dos detentos, que reclamam de condições insalubres. 

— Hoje detentos de uma galeria precisam esperar até que os outros desocupem o pátio de convivência para poder entrar. Às vezes não conseguem entrar. Vamos criar novos acessos a partir das celas deles para que possam entrar simultaneamente — explica Lima.

As obras estão programadas para começar na segunda quinzena do mês e não devem provocar a remoção dos presos para outras unidades. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em um mês. 

A falta de salubridade no Presídio Regional de Blumenau foi um dos fatores apontados pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, em relatório entregue ao Estado, após a visita feita em novembro à unidade. A vinda do coordenador da comissão, Bruno Teixeira, ocorreu após o órgão receber mais de 60 denúncias de familiares em dois meses, relacionadas à insalubridade, ao abuso de autoridade dos agentes prisionais, à superlotação e à falta de assistência jurídica. 

Celas danificadas em rebelião já foram consertadas
Em novembro, o Deap organizou um mutirão para rever o processo de 760 presos. Mais de 200 tiveram pedidos pendentes encaminhados à Justiça, a maioria relacionado a saídas temporárias e progressão do regime de pena. 

As celas da ala A-1 e A-2 do regime fechado, depredadas em outubro por presos que iniciaram uma rebelião, tiveram a reforma concluída em dezembro. Conforme o diretor do Deap, a estrutura de material das celas foi reforçada e novas grades foram adicionadas. Dia 3 de outubro, os detentos fizeram um buraco na parede, queimaram colchões e quebraram portas e grades, numa ação que resultou na morte de um detento e deixou outros 13 feridos. 

Durante as obras, 100 detentos foram deslocados temporariamente para presídios e Unidades Prisionais Avançadas da região. Conforme Lima, todos já retornaram às celas reformadas. O custo da restruturação não foi informado pelo Estado.
JORNAL DE SANTA CATARINA

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